domingo, 11 de novembro de 2012

O despertar da primavera-Se fodeu!

Domingo de sol!
Gostaria de compartilhar esse vídeo de um musical que gosto muito: O despertar da primavera.
Já havia postado aqui no blog sobre esse musical antes.
Veja em http://www.noveideias.blogspot.com.br/2010/01/o-despertar-da-primavera.html


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Sinfonia Orgânica



Há tempo não escrevo aqui. Sim, estava com saudades do blog. É um boa janela para trocar ideias, pontos de vistas e compartilhar coisas de maneira menos superficial. Coisas tão simples e cotidianas como o fato de roncar.

Tenho um irmão que ronca. Infelizmente ainda dividimos quarto e tenho que aturar, o que me motivou a escrever. Como é horrível ter alguém em casa roncando. É o tipo de ruído que não deixa você dormir, parece que vem lá do seu subconsciente e emana para todo o seu corpo, e termina sempre nos seus ouvidos. Parece uma dor de cabeça agonizante.

Recentemente, Cientistas da Universidade de Wisconsin-Madison divulgaram os resultados de testes indicando a probabilidade das pessoas que roncam muito ou têm problemas respiratórios graves, possuírem cinco vezes mais chances de morrer de câncer. Segundo os pesquisadores, isso pode ser explicado pelo “suprimento inadequado de oxigênio durante a noite nos pacientes com o problema”. (Clique aqui e veja o artigo publicado pela BBC Brasil).

O homem do ônibus dorme desse jeito.
No ônibus que geralmente pego para ir ao trabalho também há um homem que ronca. Ele sempre senta na cadeira reservada ao acompanhante de cadeirantes e fica lá com seu óculos escuro, com a cabeça encostada vidro, boca aberta e dormindo. Não chega a cinco minutos de viagem e já se pode escutar o seu aviso sonoro... zzzZzZZzzzZzzZZZzz

O fato é que quem ronca geralmente não acorda e não se dá conta que o faz. E ainda duvida da sua palavra quando é acusado: “Eu? Eu não ronco!”. E o mais engraçado, quem ronca sempre é o primeiro a dormir, e com sorte você dorme. Ou não.

Não quero fazer disso aqui mais um depoimento adolescente – até porque já não tenho mais idade para tal - e, na verdade, pensei em fazer um manifesto até pela liberdade que nos dá. O manifesto é livre, não é um abaixo assinado, apesar de originalmente requerer as assinaturas dos autores do texto, e no fim de tudo uma declaração de intenções. Mas acho que é melhor parar por aqui, pois minha intenção é fazer uma grande besteira quando estou tentando dormir todas as noites e não consigo. (Risos).

Ao som de Green Day – “When I come Around”

sábado, 9 de junho de 2012

O Mistério do Quarto 313


“Em um luxuoso hospital da cidade, um intrigante mistério pairava no ar. Havia um quarto que sempre recebia pessoas em recuperação, seu número era 313. Era um quarto tranquilo, bem ventilado e de fácil acesso caso houvesse alguma emergência. Os mais ricos e poderosos preferiam deixar ali os seus ‘doentes’ em vez de tê-los em casa. Com o tempo, perceberam que todos que ali permaneciam, morriam. E sempre as sextas-feiras...
Muitos familiares, indignados com a situação, resolveram procurar as autoridades e denunciar médicos e enfermeiros por cometerem os homicídios.  - Não há nenhum assassino aqui, cuidamos de pessoas e não lhes tiramos a vida! – Garantiu o diretor ao delegado. De fato, não havia provas, apenas hipóteses, pensou ele. Poderia haver forças sobrenaturais agindo ali?
O delegado, muito mais curioso do que interessado em resolver o caso, decidiu instalar câmeras para vigiar o quarto 313 no dia em que algum doente estivesse hospedado novamente. Por sorte do quarto, ou azar do delegado, naquela semana, não houve doentes ali, e o que lhe restou foi esperar mais uma semana.



Quinta-feira. O delegado reuniu sua equipe em frente aos televisores instalados no quarto ao lado, e, antes da meia-noite, já estavam lá com todo o esquema de revezamento para aquela grande noite. Durante toda a madrugada, nenhum movimento foi registrado, e ouvia-se apenas o barulho do respirador funcionando.
Até que às 7 horas da manhã, a porta do quarto se abriu, e a equipe dormia.  Somente às 07h50min, um dos agentes despertou com um sussurro abafado de socorro, o último suspiro de uma vida. O agente apressou-se em acordar o delegado, que tratou de correr até o quarto na tentativa de salvá-la.  Era tarde, outro doente sucumbiu. Eles se entreolharam, e a única coisa que lhes restava era voltar às gravações e ver o que sucedera.
Ao chegarem às 7h, viram que a porta se abrira. Dona Lucinda, uma senhorinha que ainda trabalhava no hotel para complementar a medíocre aposentadoria que recebia do governo após trabalhar durante toda sua vida, entrou no quarto puxando o seu aspirador de pó com rodinhas. Ela era meio surda, já não tinha visão periférica e falsificou os exames médicos de admissão, pois achava-se plenamente capaz de realizar o trabalho.
Obviamente Dona Lucinda precisava se apressar para terminar o serviço e só via como fazê-lo com a ajuda de seu mágico aparelho. Só havia ali uma tomada disponível em todo o quarto, desconectou o fio que já estava ali e ligou o aspirador de pó. Finalmente, encontraram a resposta para o mistério do quarto 313.”
Esta história foi contada pelo meu pai, Sr. José, que começou a falar do nada enquanto eu estava no quarto. Acredito que por ser um daqueles que não se conforma em estarmos super concentrados em frente as telas dos computadores. Ela foi contada por ele em um treinamento de reciclagem para eletricistas de sua empresa, com objetivo de alertá-los sobre os pesquenos detalhes que fazem grande diferença durante o trabalho que desempenham. Achei simples, desconexa para o Blog e despretensiosa ao mesmo tempo, mas resolvi contá-la a vocês também.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Anatomia de Gray

Teresina, Piauí. Não é bem sobre a cidade que vou escrever, mas estive por lá durante alguns dias quando finalmente consegui estar de férias pela primeira vez em sete anos no mercado de trabalho. Foram cerca de dez dias de bastante calor (chuva também), viagem de carro pelo litoral, sol, mar, amigos, muitas risadas e vários passeios para conhecer todos os lugares possíveis.

Em um desses passeios bem urbanos, resolvi entrar numa discreta e bem dividida livraria, no principal shopping de Teresina. Eu devo confessar que quase nunca consigo passar em frente a um lugar desses e não entrar nem que seja apenas para olhar e folhear alguns livros, mesmo que eu não leve nada. Andei pelo recinto, bem aconchegante por sinal, com mesa e cadeiras para o leitor degustar os livros antes de comprar e me deparei com um livro que me chamou muito a atenção na sessão de literatura médica...

Anatomia de Gray é o título em português do famoso livro de anatomia do autor Henry Gray, em inglês Gray´s Anatomy. Sim, você devem estar pensando “Esse cara é louco? O título do livro que está na foto é Gray Anatomia e o autor Charles Mayo Goss!!!”. Mas a resposta é não! Acabei usando a foto da capa deste livro, apenas contar a fato de um livro me remeter a um seriado que gosto bastante, chamado “Grey´s Anatomy”.

O drama médico-americano exibido desde 2005, pela rede ABC nos Estados Unidos é um folhetim protagonizado por Ellen Pompeo interpretando a Dra. Meredith Grey, residente do fictício hospital cirúrgico Seattle Grace, em Seattle, Washington, o mais rígido programa cirúrgico de Harvard. A série é focada nela e seus colegas, também internos, mostrando suas vidas amorosas e as dificuldades pelas quais passam no trabalho.

Sua autora, Shonda Rhimes apostou num formato bastante instigante, todos os episódios são iniciados por uma narração da personagem principal, Meredith Grey, cujo conteúdo sempre está diretamente ligado aos conflitos e problemas vividos pelos personagens e claro, o cotidiano de um grande hospital americano. Ao fim de cada episódio, a voz de Meredith aparece novamente, retomando a narrativa inicial do episódio e concluindo com uma boa lição de vida. Suas frases são dignas de citações, e muitos fãs criaram comunidades, blogs e até mesmo sites dedicados às frases mais marcantes. Já ouvi muita gente dizer que sempre se emociona ao final de cada episódio assistido, e isso, para mim, é devido à grande sensibilidade de quem o escreveu, contando fatos e situações da vida real, muitas vezes compartilhado por pessoas comuns, gerando então um processo que chamo de identificação.

Atualmente o público está acompanhando os momentos finais da 8ª temporada e como todo fã, eu também me incluo neste grupo, o desejo de saber se a história continurá em uma próxima temporada aumenta com o último capítulo, onde mudanças significativas acontecem com muitos personagens e a própria história em si.

Para conferir mais detalhes sobre a série, sugiro ler o artigo disponível no Wikipedia, que me parece bem completo, e ainda o Blog feito por fãs brasileiros e apaixonados pela série.

Abraços e até a próxima!

domingo, 6 de maio de 2012

Entre o bem e o mal


Certinho, padre, santo, ingênuo, bonzinho. Já me chamaram assim, várias vezes. E, na verdade, em todas elas acredito que estão me chamando de otário. Afinal, o mundo é cruel e mesquinho não é mesmo? Para vencer, há de ser esperto, ter malícia, não confiar em ninguém, jogar duro com as pessoas, cultivar mais o egoísmo, ter ambição, pensar bem grande. Se não agir assim, desculpa, mas parece que você não tem muita chance neste mundo. Bonzinho só se fode, como dizem. Ou não é bem assim que pensamos?

Olha, não pretendo aqui para fazer uma ode à bondade (embora até devesse). Nem quero me retratar como a laranja boa em meio às podres – nunca sabemos exatamente que tipo de laranja estamos sendo. Mas no momento em que se discute como nunca a intolerância do brasileiro com a corrupção, também é hora de falar das relações de honestidade e solidariedade aqui no mundo dos comuns. As questões que me movem nestes dias são, por exemplo: “O que é ser bom?”, “Por que ser bom?”, “Vale realmente a pena ser bom?”, “O que ganho sendo bom?”, “Pensar no que ganho sendo bom já não anula parte da minha bondade?”.

Me questiono porque cada gesto bom é visto como extraordinário. Fora da ordem. Fora do comum. Sempre fora. Nunca dentro. Dentro da normalidade. Dentro do nosso cotidiano. Dentro de nós. O melhor mesmo é não ser tão bom assim.

Acho que é isso que define um pouco a 'sociedade psicopata' que estamos criando, como disse Arnaldo Jabor na sua coluna de terça-feira (1), em O Globo. O livro “Mentes Perigosas”, de Ana Maria Barbosa, aborda com mais profundidade a psicopatia e aponta exatamente esse ambiente social de poucos valores, obscuro e perigoso, em que devemos estar preparados para passar a perna antes de sermos derrubados, como ambiente perfeito para o êxito dos psicopatas.

O que vejo são pessoas sem empatia, sem sentimentos, pouco confiáveis, egocêntricas sendo o espelho para os outros. Como dizem Jabor e Ana Maria em seus textos, a admiração pelos vilões e o fastio com os bonzinhos nas telenovelas poderia ser um exemplo dessa inversão de papéis. A batalha épica por um assento no metrô seria outro. Avançar o sinal vermelho, mais um.

Atualmente, agir com correção e seriedade é de dar vergonha. Bem visto o que não confia em ninguém. Esse vai longe. Os bons jamais lideram com eficiência. Os bons nunca vão comandar. Ninguém segue os bons. E assim caminhamos. Todos já pensamos (ou continuamos pensando) assim.
Entretanto, se analisamos como a humanidade chegou aqui, vamos perceber o quanto nos apoiamos uns nos outros, o quanto somos seres dependentes do coletivo. Para isso, é preciso um mínimo de confiança e respeito nas relações sociais. Mas nos esquecemos disso. Mesmo que o individualismo nunca tenha produzido nada de tão bom para nós.

E foi exatamente com essa atitude que nos colocamos em situação de ameaça. A natureza é implacável com nosso egoísmo. Uma lição que fazemos questão de jogar fora todos os dias. Não importa se na rua ou na calçada do vizinho. O que vale é se livrar desse lixo que é o compromisso de ser bom. Temo os que têm a consciência limpa demais.

Ao som de “Onde está a honestidade?” - Noel Rosa